Uma série que não é de fantasia, mas é mágica - Análise Anne With an E
“Não é maravilhoso como cada dia novo pode ser uma aventura?” - Anne com E
Olá, querido leitor! <3
Seja muito bem-vinde, sou a Caroline Moreiras, tenho dezesseis anos e aqui neste blog falo sobre cultura, então pode pegar sua xícara, sentar-se confortavelmente e se preparar para tomar um chá cultural comigo! Para a conversa de hoje recomendo que se dirija à biblioteca mais próxima da sua casa e leve com você todas as flores que conseguir colher no caminho…Porque nós vamos falar sobre a série da Netflix: Anne com E!
Essa é a minha série favorita do mundo, ainda não superei que foi cancelada. A assisti esse ano, durante a quarentena, junto com a vovó e a Bela (minha irmã), após mamãe e titia falarem que a Anne era completamente eu representada em uma personagem. E sinceramente, nunca me vi tanto em alguém quanto nela, e também, nunca me apaixonei tanto por uma série quanto por essa.
Inspirada na coleção de livros “Anne de Green Gables”, da escritora canadense L.M Montgomery, publicada em 1908, Anne com E conta a história de uma garota órfã que morou em um orfanato sua vida toda e, aos doze anos, descobre que irá realizar o sonho de ter uma família, pois, finalmente, foi adotada. Bem, na verdade, não foi tão fácil assim, pois os irmãos Marilla (Geraldine James) e Matthew (R.H Thomson) queriam um garoto para ajudá-los na fazenda em que vivem. Por engano, recebem essa menina ruiva, tagarela, apaixonada por palavras (assim como eu :) que em dois dias de estadia, bagunça a cabeça deles por completo e precisam decidir se vão ficar com ela ou não…Mas Anne (Amybeth McNulty) é apaixonante, então é impossível deixá-la para trás.
Logo, ao longo das 3 temporadas vamos acompanhando seu desenvolvimento. Vemos os irmãos aprendendo a serem pais, suas dificuldades em aprender a conviver com uma pessoa que já tem fortes opiniões formadas e o como é conhecê-la. Vemos Anne aprendendo a ser amada e a amar, observamos sua intensidade, a forma que ela se expressa nas primeiras amizades de sua vida e o impacto que isso causa em todos a sua volta.
A história se passa em 1890, então podemos dizer que a protagonista é, definitivamente, a frente de seu tempo. Ela sofreu bullying no orfanato, então, até ir para Green Gables, nunca tinha tido amigos de verdade, exceto os livros. No primeiro episódio já descobrimos sua paixão por Jane Eyre (de Charlotte Bronte), conseguimos perceber como romances (até os trágicos) e aventuras fazem seus olhos brilhar. Anne passava dias lendo, qualquer coisa, até mesmo manuais de incêndio quando não tinha mais histórias novas para se divertir. É perceptível o como eles mudaram sua forma de ver o mundo: ela, diferente da maior parte das pessoas da época, acredita que mulheres possam ser heroínas das próprias histórias e defende com unhas e dentes que “garotas podem fazer tudo que um menino faz, e mais!”.
Além disso, seu olhar curioso torna sua mente aberta para tudo. Ela está sempre disposta a entender o diferente, olhando para o que ela não está acostumada com amor e gentileza. Anne é autêntica e tem uma sensibilidade sem igual, a forma que ela é atenta às pequenas belezas da vida faz com que o público se apaixone pelo mundo. Nesse quesito, a fotografia belíssima foi essencial: sem palavras, captamos mais de todas as facetas da personalidade de Anne, pois a câmera acompanha seu olhar em uma natureza que chega a ser artística, de modo que o público consiga enxergar a vida com os olhos da protagonista.
Aqui vemos Anne encantada com borboletas, iluminada por um dia ensolarado. É impossível não se apaixonar junto com ela.
A pureza e inteligência da menina são mostradas por todos os elementos da série: fotografia, sua imaginação que permite que todos os personagens sonhem com um mundo melhor, trilha sonora…Inclusive, a música tema da abertura “Ahead by a Century” (Á Frente Por Um Século), da banda The Tragically Hip, demonstra exatamente isso: ela quer derrotar os preconceitos que para todo mundo de sua época são comuns, fazendo isso sob uma luz dourada e perto da natureza.
Em relação a esse ponto, a série fala sobre diversos assuntos importantes na época em que foi escrita, mas continuam importantíssimos e atuais até hoje. Não tenho certeza se tudo estava nos livros originais, sei que alguns personagens foram adicionados pela Netflix para trazer mais representatividade, mas ao longo dos episódios são tratados temas como: machismo, racismo, homofobia, amizade, a questão indígena, liberdade de expressão, educação de forma justa para todos, os traumas causados pelo bullying, a construção de uma família não biológica e consequentemente, a adoção e amor (em todas as suas formas).
Cena da série: Protesto contra a repressão do governo local.
Vendo o número de assuntos complicados e tristes, a gente tende a pensar que deve ser uma série pesada, não é? Mas é um tremendo engano. Anne com E consegue abordar tudo isso de forma extremamente leve e cativante. Isto se deve à, como supracitado, o público ser levado a ver o mundo com os olhos da protagonista. Nós acompanhamos a descoberta dela sobre essas coisas, conforme vai crescendo e vemos a forma que ela lida com isso.
Deste modo, os diretores conseguiram que tudo fosse abordado na medida certa e sem parecer uma coisa forçada ou uma forma de conseguir mais público, como em algumas séries ou filmes em que há uns “lacres” no estilo “Girl Power! Mulheres também são gente!” que já saturaram faz tempo e não levam a lugar nenhum. Os assuntos são realmente tratados de forma natural e educativa, mostrando o mundo da época (bem próximo do atual) e o como Anne acreditava que ele deveria ser.
Com suas descobertas do mundo, vemos o seu amadurecimento e não só o dela, mas o desenvolvimento de todos os personagens da série é excepcional. Todos passam a adolescência encontrando coisas diferentes e conflitando com elas, até entendê-las e aceitá-las, sendo estas essenciais para seu desenvolvimento como indivíduos.
Portanto, devo concluir dizendo que essa série é um romance de época de pura poesia, em todos os episódios. Com um jogo entre os temas levantados, trilha sonora, fotografia e frases maravilhosas há a composição de um “coming of age” doce e necessário, o qual todas as pessoas deveriam assistir.
Por fim, vou finalizar com alguns “brindes”, para você se sentir parte da série. Primeiro, essa imagem:
Passos para se sentir como Anne Shirley Cuthbert. Fonte da imagem: blog She The Spy (https://www.shethespy.com/blog/how-to-feel-like-anne-shirley-cuthbert)
Com isso, você, querido leitor, consegue saber mais sobre a personalidade dela e se aventurar a viver em Green Gables por um dia. A tradução: 1- Faça tranças no seu cabelo/ 2- Asse uma torta para alguém/ 3- Esteja aberto para ajudar seus amigos e defenda o que é certo!/ 4- Converse com a Lua/ 5- Encontre beleza na natureza/ 6- Use mangas bufantes/ 7- Escreva histórias com seus amigos/ 8- Use uma coroa de flores/ 9- Pratique sua imaginação diariamente.
Ademais, quero deixar uma espécie de pôster que você pode imprimir para colocar no seu quarto ou então apenas fazer como eu e criar uma pasta no pinterest com vários e ficar olhando quando quiser viajar para um local distante.
A imagem é do Pinterest, se alguém souber exatamente quem fez, pode deixar nos comentários que eu dou os créditos.
E me despeço dizendo que logo logo tem novo post aqui falando mais sobre a Anne 👀 👀 Ficou curioso? Me siga clicando nas 3 barrinhas do canto superior esquerdo da página inicial e acompanhe as postagens toda quarta!
Espero que tenha conseguido te convencer a ver essa série fantástica, e caso já tenha assistido, comente aqui o que achou ou indicações de filmes/séries com a mesma vibe!!
Até a próxima quarta <3
Por,
Carol Moreiras
carol, esse texto tá incrível! Confesso que tinha um pensamento muito negativo sobre a série, mas agora repensei bastante e acho que vou dar uma chance pra ela! parabéns e já to ansioso pela próxima quarta!
ResponderExcluirDiaass, muito obrigada por ter lido e comentado! que boomm que você repensou, acredito que você vai gostar bastante da série, fico feliz que tenha mudado sua ideia negativa! até a próxima quarta, então :)
Excluiramei carol! sempre perfeita, né?
ResponderExcluirobrigadaaaa, amiga linda!! aprendo com você née <3
ExcluirCarol minha linda. Eu amei assistir essa série, maratonei algumas vezes, mas não saberia descreve-la tão bem como você fez.
ResponderExcluirEu sofria a cada decepção de Anne, chorei com ela pelas incertezas em ser amada, me apaixonei pelo Gilbert tanto quanto nossa sonhadora protagonista, não resisti aos impulso dela diante das injustiças, me identificando com seu jeito sapeca.
Enfim. Aguardo ansiosa sua próxima postagem para poder ver mais sutilezas de Anne com E.
Beijos, sigo me mantendo sua fã
Cici, entendo completamente todos os sentimentos que você teve ao longo da trama, esse é o tipo de série que nos faz ficar apegados aos personagens, realmente sofrendo com eles e comemorando suas conquistas. Também me identifiquei bastante com a Anne (tenho certeza que ela seria libriana como a gente).
ExcluirObrigada pelo seu carinho e doçura,
Beijos com amor ❤️
Carol esse texto está incrível! Acho muito legal poder ler a forma que você viu essa série, concordo com você, pois apesar de muitos assuntos serem pesados em Anne tudo é retratado fazendo uma crítica, mas de uma maneira tranquila, leve, e até mesmo fantasiosa (mesmo não sendo uma história de fantasia como você mencionou) adorei ver essa série com você e a vovó ao nosso lado, assim como a Anne você faz tudo parecer mágico e incrível de um jeito doce e alegre. Beijos até a próxima quarta estou ansiosa!!
ResponderExcluirSimm, Belaaa, essa série retrata tudo de uma forma fantasiosa, mesmo sem ter elementos fantásticos, me lembra até a obra "O Jardim Secreto", a atmosfera mágica permeia 100% o enredo e ele não tem nenhum elemento que fuja da realidade! Adorei ver essa série com vocês também e fico muito feliz em saber que você me vê dessa forma, meu amor! Até a próxima quarta ❤️❤️
ExcluirAmei Carol, seu texto conseguiu passar como a série é realmente única e incrível!!
ResponderExcluirObrigada, amiga linda!! Não sabia que você gostava dessa série, adorei saber que sim!!
ExcluirCaroline with E
ResponderExcluirHAAHDJKDKDK GENIAL!!! sim sim!
ExcluirCarol, ameiii muito essa série,
ResponderExcluirprincipalmente porque em
vários momentos Anne
me lembrava você : Uma
menina sensível, muito doce,
tagarela, com diversos sonhos
e apaixonada por livros.
Além disso, com a capacidade
de colocar cor na vida e
enxergar o que há de melhor
no ser humano. Sempre com
sensibilidade e doçura, enfim
uma menina repleta de
amor é luz .
Vovozinha, eu amei demais seu comentário, achei muito lindo e carinhoso!! Sua habilidade de enxergar essas coisas em mim e amá-las diz muito mais sobre você do que sobre mim. Obrigada por sempre ser tanto e ver sempre o melhor da minha personalidade, independente do momento em que eu esteja. Te amo muito ❤️
ExcluirUauuu!!!! Você me fez sentir vontade de assistir a série novamente... De fato, Anne com E, me fez lembrar você! A paixão pelas palavras, pela vida! Ri, chorei e me emocionei com ela e com as personagens. Torci a cada episódio por sua felicidade e sofri com suas tentativas de quebrar barreiras, desnaturalizar o machismo, a homofobia, entre tantos outros assuntos abordados. Mas para além disso, Anne brilha com suas ideias, com a sua inteligência, é Sol, é luz assim como você! Que resenha linda, obrigada por iluminar minha quarta-feira com esse presente de leitura!
ResponderExcluirMamãe, você sabe que é minha maior inspiração. Se eu sou assim, é porque para mais da minha essência, você me ensinou a ser e incentivou a cultivar essa inteligência em mim. Todo mundo diz que eu e você temos personalidades parecidas; eu concordo e tenho muito orgulho disso porque você, antes de mim, sempre foi uma pessoa que irradia luz e felicidade! Obrigada por ter me indicado essa série maravilhosa 🧡 Amo você!
ExcluirComo sempre, minha afilhada, tú é magnifica na explanação de qualquer obra. Agora então, com a série "Anne com E", suas palavras me fez passar diante dos meus olhos a imagem da atriz, Emybeth Mcnulty, em performance de Anne. Adorei e
ResponderExcluirachei maravilhosa esta série , se não me engano foi indicação sua e de sua mamãe. Parabéns e me orgulho sempre de ti.
Simm, madinha, nós que indicamos essa série e você e padinho terminaram ainda antes que eu, vovó e Bela! Amybeth Mcnulty foi incrível como Anne e há quem encontre diversas semelhanças entre a atriz e a personagem, acho super divertido isso! Fico feliz que minhas palavras tenham te feito reviver essas 3 temporadas. Obrigada pelo amor ❤️
ExcluirQue post maravilhoso Carol. Como dito nos comentários acima dá vontade de assistir novamente. Não é verdade que quando revisitamos uma obra sempre enxergamos algo que passou despercebido ? Mas quando assisti o seriado saltou aos olhos as semelhanças com alguém (quem será ?🙂): a vivacidade, o gosto pelos livros, a curiosidade, a observação, etc. Parabéns.
ResponderExcluirQue bom que gostou do post, padinho! Eu mesma estava pensando em assistir novamente a série para reviver os momentos doces de Anne! Me deixam muito feliz quando dizem que me pareço com ela KKKKK obrigada por sempre incentivar o desenvolvimento dessas características que citou em mim, sempre me indicando livros, canais culturais e incitando meu pensamento crítico e curioso! ❤️
ExcluirAdorei a série, depois de você e a Bela me convencerem a vê-la! E gostei muito do texto. É isso mesmo, muitos assuntos difíceis retratados de forma leve, sutil. Quem não assistiu ainda deveria ver!
ResponderExcluirObrigada ❤️ Ficamos felizes que você gostou, eu e Bela estávamos em dúvida se você gostaria dela, porque normalmente você vê coisas diferentes, mas essa série e cativante demais, não tem como não gostar se for assistir de coração aberto! Concordo super!
ExcluirAi Carol que delicia de postagem, como você menciona a doçura e inteligência de como os temas polêmicos até hoje e sentimentos de todos os personagens foram abordados nessa série me encantaram demais!! Seu texto como sempre incrível, gostoso e fascinante de ler me estimulando toda vez a refletir ainda mais sobre a vida e de olhar em outros pontos de vista algumas questões, porque estamos em constante aprendizado tanto com os mais velhos e principalmente com os mais jovens como você e a Bela que trazem com sua geração muitas mudanças e evoluções em minha opinião favoráveis a uma maior aceitação da diversidade das pessoas.
ResponderExcluirAhhh, titia! Seus comentários sempre me proporcionam prazer com a leitura! Adorei isso que você falou sobre aprender com os mais jovens, concordo plenamente. Acredito que o papel da nossa geração, assim como os pais de Anne tiveram que fazer, é não se deixar estagnar quando chegar em uma certa idade, impedindo o conservadorismo e sempre promovendo a evolução e a escuta ativa aos mais jovens, assim como queremos ser ouvidos agora. Que bom que eu e a Bela podemos te proporcionar esse olhar de aceitação a diversidade, obrigada por sempre querer nos ouvir ❤️
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