Apaixonada pela vida - Poesia romântica em uma era pós-moderna

2 de abril de 2021, sexta feira | 19:14 


"A primavera está aqui! Venha ver!", ela disse

Ele não entendeu até olhar para o coração dela

Flores estavam desabrochando em todos os lugares, olhos brilhando, sorrisos estavam aconchegantes como o tempo

Sua alma estava purificada e florescia gentileza

"Mas como seu coração pode estar tão feliz se está literalmente nevando lá fora?" ele perguntou

Então ela disse que quando você vive na primavera o ano todo, todas as estações são doces e uma regeneração."

- Caroline Moreiras (eu mesma)


Imagem do Pinterest


Olá, querido leitor! <3 

    Seja muito bem-vinde, eu sou a Caroline Moreiras, tenho dezesseis anos e aqui neste blog falo sobre cultura, então pode pegar sua xícara, sentar-se confortavelmente e se preparar para tomar um chá cultural comigo! Nós nos conhecemos a cerca de cinco meses, então acredito que já temos intimidade suficiente para que eu possa te deixar entrar um pouco no meu mundinho pessoal. Então, hoje vou te mostrar para além do que eu gosto e penso, te mostrarei o que eu sinto, através da minha poesia! 
    Em outros posts, já falei que escrevo textos metafóricos, de modo a expressar meus sentimentos; transformando reflexões em versos e dores em arte. Meu primeiro texto desse tipo foi em 2017, foi uma sensação divertida construí-lo, escrever sem que fosse ser avaliada com uma nota. Com o tempo, fui aprimorando minhas táticas e percebendo que mais que isso, a literatura podia ser minha tática: quando me senti triste, escrevi, continuei triste, mas passei a enxergar beleza na própria tristeza e entender o que ela significava. 
    2018 foi o ápice da minha criatividade, conseguia escrever a partir de absolutamente tudo, qualquer imagem se transformava em rimas, uma ida no shopping facilmente virava uma página metafórica. Produzi cem textos em um mês e tenho a maioria deles salvos, adoro revisitar memórias a partir de versões passadas de mim. 
    No ano seguinte, me encontrei mais, já sabia meu estilo favorito e com o que eu me adaptava mais. Entretanto, criei bem menos, mas tenho carinho pelo o que fiz. Indo para um tempo mais recente, a pandemia diminuiu minha inspiração, fui de cem para seis textos em um ano, o que me chateia um pouco, mas sei que vai melhorar, afinal todos os grandes artistas tem esses períodos, não é? (quem sabe algum dia eu viro uma kkkkk). A literatura está na minha essência, faz parte de mim tentar encontrar um pouco do belo em qualquer canto da cidade e do interior das pessoas, sou apaixonada por palavras. Mas no texto de hoje, estou apaixonada pela vida. 
    Escrito em 2019, "Apaixonada pela vida" é uma poesia romântica da era pós moderna. Claro que não tinha isso em mente quando escrevi, mas com os estudos para o vestibular, estou aprendendo Romantismo na aula de literatura e descobri que essa escola literária tem como uma de suas principais características a "cor local". Nela, a natureza, em uma relação hierárquica na qual o eu-lírico se sobrepõe, reflete o estado de espírito dos personagens. Sofrendo nuances a partir de seus sentimentos: se estou triste, o céu está nublado; se choro, há chuva. Sempre fiz isso nos meus textos e com o uso da figura de linguagem "personificação" criei o que lhes apresento a seguir:

11 de janeiro de 2020, sábado | 18:53


Apaixonada pela vida.


     O que vou lhe contar é algo sério e verdadeiro, mas você deve me prometer não dizer mais ninguém. Contei a algumas pessoas, me disseram que era delírio meu, que estava completamente louca, mas juro que aconteceu. Silêncio, que irei lhe contar minha epifania. 

   Ontem estava refletindo sobre a vida. Aqui vão meus pensamentos: Ela é uma coisa doida, tem horas que é tão doce quanto mel, porém tem momentos em que tudo o que você mais deseja é que seja efêmera e que quando abrir os olhos esteja em um lugar bem longe dela. 

     Suave e adorável pode ser quando você olha para ela da mesma maneira que um amante de livros olha para uma biblioteca. Têm momentos tão preciosos que te fazem acreditar que as coisas podem dar certo, como ver uma borboleta voando no céu ou ter longo riso com seu velho amigo. Esses dias são ensolarados, a brisa fresca dança na pele. 

   Também é melodramática e triste quando você passa por momentos que nenhum ser humano na Terra merecia passar e se pergunta o motivo disso estar acontecendo com você. Isso a torna pesada e te faz pensar que é indigna, mas você se engana, fortemente. 

  Monótona e tediosa ela é quando você passa horas deitado olhando para o teto se perguntando o que você poderia ter feito, mas não fez. Nublado, cinza, triste. 

    Ao fim cheguei a conclusão de que é muito curiosa essa tal de vida. Estava pensando que se fosse uma pessoa, sem dúvida alguma que seria super difícil de se conviver. Percebi que é uma montanha russa cheia de loopings e altos e baixos que quando você entra têm uma adrenalina gigante e quando termina fica se questionando se valeu a pena ou não. Como em dias de verão, o Sol pode se transformar em chuva quando você menos espera, e vice-versa.

   E então a coisa mais estranha aconteceu. Ela apareceu na minha frente, em carne e osso. Por um grande período de tempo fiquei incrédula, comecei a mexer minhas mãos rapidamente para ver se elas atravessavam seu corpo. Mas não, ela é gente como a gente. Que senta na padaria, conversa com um amigo, pede um café e faz grandes reflexões sobre se Deus existe ou apenas fala sobre o quanto ela gosta de chocolate quente. 

  Por uns instantes, ficamos apenas nos encarando, frente a frente. Minhas mãos estavam trêmulas e eu não sentia minhas pernas. Ela se mostrava tranquila, como se não devesse nada. Isso foi o suficiente. 

   Eu parei de ser tão cruel com ela. Vê-la ali olhando para mim com os olhos brilhando foi o bastante para que eu me sentisse péssima. Coitada, não merecia todos os xingamentos que direcionei a ela e nem toda a culpa que joguei nela por conta da minha própria raiva. 

  Fizemos as pazes e esse foi o melhor dos caminhos sem volta. Nos sentamos em um jardim e conversamos sobre tudo o que se tinha passado, ouvimos o que cada uma tinha a dizer em relação a isso. 

   Falamos sobre as coisas que gostamos. Ela me contou que o que ela mais gosta é o jeito que as pessoas olham pra quem elas amam.  E então eu fiquei surpresa com o que eu percebi.

   "É tão puro. Consigo ver um sorriso antes mesmo dos lábios saberem que irão fazê-lo. Percebo a euforia das borboletas percorrendo todo o corpo da pessoa. E a escuto dizer "eu te amo" antes mesmo dela abrir a boca." Ela disse.

   Ficamos um tempo em silêncio, olhei para as margaridas, dei oi ao pássaro que voava acima da minha cabeça, deitei na grama e lhe disse:

    É exatamente assim que me sinto quando olho pra você. 

    - C.L.M



    Bem, querido leitor, o post de hoje foi diferente e bem pessoal, sinto até que me expus demais, mas aproveitem que hoje eu estou corajosa. Agora eu quero saber de você, algum dia já escreveu algum texto para expressar o que sentia? E se não utiliza a poesia, quais são seus métodos para tentar aliviar momentos tristes?     Obrigada por ter lido até aqui e por ter conhecido hoje, mais uma parte de mim. Te espero na próxima quarta!


      Por,

Carol Moreiras




    

Comentários

  1. Que bonito Carol! Ver que a vida não era tão difícil de se conviver quanto achava. O jeito que ela descreveu o amor foi efêmero, agradeço a sua versão corajosa de hoje!
    -Juliana

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Juu, que bom que gostou do texto, adorei ver o que você tirou dele! Obrigada por em poucas palavras, me fazer sorrir ❤️✨

      Excluir
  2. De verdade Carol, até cheguei me emocionar lendo sua poesia romântica da era pós moderna Apaixonada pela vida, principalmente pelo fato de te conhecer e poder acompanhar de perto sua trajetória de vida até aqui.
    Me tocou demais essa parte da sua poesia "Por uns instantes, ficamos apenas nos encarando, frente a frente. Minhas mãos estavam trêmulas e eu não sentia minhas pernas. Ela se mostrava tranquila, como se não devesse nada. Isso foi o suficiente."
    E acredito que essa parte mexeu demais comigo também por já ter lido uma vez, não me lembro onde, que a vida não nos deve nada e sim que somos nós quem devemos a ela nossas atitudes de buscar o fortalecimento nas dificuldades e aproveitar intensamente os momentos de felicidade.
    Sua poesia para mim também consegue se transpor de sua intimidade e ser uma epifania para a vida e trajetória de cada um que tenha o privilégio de ler aqui aproveitando sua coragem.
    Você realmente consegue surpreendentemente ser primavera o ano todo Carol!!!!

    ResponderExcluir
  3. Carol suas postagens tanto são singelas quanto profundas. E agora dissertando sobre o que há de mais importante que é a vida, através de uma poesia, traz belas conversas com os pensamentos dela e os seus. É preciso ter muita sensibilidade para conseguir transpor sentimentos para o papel, por isso mesmo não saberia como. Provavelmente a técnica que uso é descobrir o que me deixou triste (sabendo o motivo o problema está resolvido pois as vezes a gente está infeliz e nem sabe porque). Como incentivo para que continue se expondo, escrevendo poesias tomei a liberdade de copiar um trecho da música Por quem os sinos dobram de Raul Seixas/Oscar Rasmussen:
    Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz
    Coragem, coragem, eu sei que você pode mais
    Vai afilhada.

    ResponderExcluir
  4. Que bela poesia, continue com esta coragem, e sim também me expresso através da poesia. ❣️

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas