Um livro "Extraordinário" - R.J Palácio
“Todo mundo deveria ser aplaudido de pé, pelo menos uma vez na vida, porque todos nós vencemos o mundo.” - Extraordinário, R.J Palácio
Olá, querido leitor! <3
Seja muito bem-vinde, sou a Caroline Moreiras, tenho dezesseis anos e aqui neste blog falo sobre cultura, então pode pegar sua xícara, sentar-se confortavelmente e se preparar para tomar um chá cultural comigo! Prepare seus lencinhos e seus melhores sorrisos porque hoje quero falar um sobre um livro que virou uma história de conforto para mim, sobre esperança e amizade. Um livro extraordinário mesmo (haha): “Extraordinário”, da R.J Palacio.
O enredo fala sobre o August Pullman (nosso carinhoso Auggie) que tem 10 anos e uma anomalia facial, contabilizando 27 cirurgias realizadas. Em sua vida, tudo ia bem até ele descobrir que teria que entrar na escola. A partir desse momento, nós acompanhamos a reviravolta de seus pensamentos e vivências. Antes, ele podia ficar dentro do seu capacete por quanto tempo desejasse, agora ele tinha que enfrentar tudo, a dificuldade de fazer amigos, os olhares, apelidos e o bullying diário.
Auggie, seu capacete e sua irmã
(Foto do filme de 2017)
Então, só pelo plot nós imaginamos que é um livro triste, dóido de se ler. De fato, eu senti vontade de chorar todas as vezes que August falava sobre algo que faziam com ele, os amigos que se afastaram sem ele saber porque, a dor que ele sentia por estar sozinho. Entretanto, a história tenta trazer uma visão positiva, com o intuito de fazer pessoas que sofrem ou já sofreram bullying se sentirem acolhidas. É como se as páginas sussurassem um “vai ficar tudo bem!” no seu ouvido, enquanto você tem um olhar de 360 graus sobre tudo o que acontece na vida de Auggie.
Isso porque a história é dividida em partes narradas na visão de diferentes personagens! Eu sou apaixonada por livros assim, grande parte dos meus favoritos possuem essa dinâmica. Com isso, podemos ver todos os personagens presentes de maneira completa e na visão de cada um da obra o que desconstrói um pouco a ideia de “vilão” e “mocinho” absolutos, pois muitos são heróis para uns e vilões para outros. Lógico que o bullying é cruel em todas as hipóteses e o livro com certeza passa essa mensagem, mas também mostra que cada um tem sua história para contar e todos merecem ser ouvidos por alguém (mesmo que esse alguém não deva ser o August).
Por exemplo, a irmã de Auggie, Via, ama seu irmão completamente e faz de tudo para defendê-lo, eles se dão super bem e ele encontra nela um ombro amigo. Porém, um dia eles discutem, já que o protagonista mais uma vez estava desabafando com ela, mas fica irritado e começa a culpá-la por não entender o que ele sente. Via então mostra para seu irmão e para o leitor que também estava tendo um período difícil na adaptação do Ensino Médio, tinha perdido sua melhor amiga e se sentia sozinha. Além disso, também se sentia deixada de lado pelos pais, que sempre davam mais atenção para Auggie.
Conhecemos também a Charlotte, uma menina da escola que todos, incluindo Auggie, achavam metida, mas tinha diversas inseguranças com seu corpo, por ter sido apresentada aos padrões de beleza com essa idade (entre 10 e 11 anos). Entre outros personagens complexos, por ora controversos e interessantes.
Mas mais que isso, essa história é sobre amizade, sobre mostrar que você nunca está 100% sozinho. Eu vibrei de felicidade todas as vezes que alguém sentava do lado do protagonista no almoço e quando ele, aos poucos, conseguiu formar seu grupinho. Vemos August perdendo um amigo que tenta muitas vezes reconciliar a relação, mas não consegue devido a mágoa de Auggie, que também é compreensível. Toda essa complexidade é mostrada carregada de uma inocência por parte do protagonista e de muitaaa imaginação infantil.
Além disso, é sobre a importância da gentileza, com delicadeza a autora descreve o como um simples ato gentil pode mudar o dia de alguém completamente. Um personagem importantíssimo na história é o senhor Browne, que todo dia apresenta um preceito diferente para a turma e um deles: é “Quando tiver que escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil.”
Quando você acaba, dá um gostinho de quero mais e, tem mais! Como supracitado, além do filme que teve Julia Roberts como a mãe do menino, também me apaixonei por “Auggie e eu”; um livro extra com três histórias que não tinham sua versão presente no primeiro livro.
O pôster do filme que tem participação especial da atriz brasileira “Sonia Braga”.
Por fim, só posso dizer a você, meu querido leitor, que essa história é linda e se tornou um dos meus livros de conforto, chorei e ri em um looping até acabar e definitivamente recomendo. E você, já leu esse livro ou já teve contato com essa história de alguma maneira? O que achou?
Muito obrigada por ter lido até aqui, espero que tenha uma semana extraordinária!
Até quarta <3
Por,
Carol Moreiras
Puxa vida, não sou uma das três pessoas que leram o livro😕.
ResponderExcluirMas pela sua crítica já se sabe que o conteúdo é sobre amizade, aceitação, gentileza, sentimentos, numa idade em que tudo é novo e se está aprendendo a "andar".
Sempre achei que todos nós deveríamos ter a possibilidade, interesse de viver, sentir os dois lados de uma situação. Creio que nos faria mais tolerantes e veríamos que existem muitas cores.
Uma semana EXTRAORDINÁRIA afilhada.
Carol li o livro e também apreciei bastante a divisão da história, como você comentou em partes narradas na visão de diferentes personagens para sabermos um pouco o que se passa na cabeça de cada um no decorrer do tempo, do quanto os conceitos, erros e acertos cada personagem podem obter ao longo de suas histórias paralelas ao protagonista o que se torna interessante perceber em que momento se misturam e essas histórias se interagem tanto de maneira positiva ou não tão positiva, mas que de alguma forma todos levam um aprendizado para a vida. Também me emocionei bastante com a leitura que ao mesmo tempo que tem sues vários momentos tristes, a narrativa ainda consegue extrair várias partes cômicas e comoventes sobre a amizade e gentilezas.
ResponderExcluirO livro extra é extremamente interessante por conseguir complementar o primeiro para uma visão bem completa do que a Charlotte passava e sentia!!
Para mim foi uma leitura comovente e prazerosa no sentido de amizade, mas principalmente além da consciência do bullyng, no sentido também do protagonista se mostrar como uma pessoa forte por não esmorecer diante de alguns mal entendidos e perda de amizade porque mesmo com tão pouca idade ele ainda era disposto e tinha maturidade para ouvir a versão de cada um para tirar suas conclusões sem ser injusto e dessa forma dava uma lição de vida de como se podia conviver com todos ao seu redor de maneira harmoniosa e gentil.
Comovente e encantador é como defino esse livro. De uma sensibilidade tocante aos sentimentos fazendo a todo tempo que nos identifiquemos com Auggie, mas sobretudo que vibremos com suas conquistas. Nem sempre sair de dentro do "nosso capacete " é fácil, mas necessário para enfrentarmos os nossos receios e vencermos os nossos medos.
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