A volta! - Como foi esse tempo fora
“quero ser sua tecelã de sonhos líquidos e dourados
bailarinos solares de saias esvoaçantes e sapatilhas de algodão
que entre cubos de açúcar e nuvens de seda violeta crepuscular
desmancham na boca ao acordar”
- C.LM
Olá, querido leitor! <3
Seja muito bem-vinde, eu sou a Caroline Moreiras, tenho dezesseis anos e aqui neste blog falo sobre cultura, então pode pegar sua xícara, sentar-se confortavelmente e se preparar para tomar um chá cultural comigo! Leitores, sumi por um tempo, contabilizando quase dois meses, então confesso que está sendo difícil começar esse post, como se tivéssemos perdido um pouco da nossa intimidade, sabe? Mas acho que aos poucos podemos recuperá-la. Para que isso seja possível, hoje vou contar sobre o porque fui embora e o que eu aprendi nesse tempo, quando como você não vê um amigo (que é o que somos) há um bom tempo e ele pode te atualizar sobre as novidades de sua vida, então vamos lá!
Eu amo esse blog, para mim este é o lugar onde eu mais posso ser eu mesma, pois é algo completamente meu, uma realidade paralela na qual eu posso expressar todas as facetas da minha personalidade e fazer com que ela pareça bonita e até poética, mesmo que sem rimas e versos combinados. Além disso, aqui eu posso falar sobre arte, o que eu mais amo e me mantém viva, analisar tudo com a minha humilde opinião, compartilhar o que eu penso ser importante, o que me fez sentir algo e pode te proporcionar alguma sensação também.
E ainda, esse lugar é uma troca, eu adoro vocês que me leem porque sinto que quem está aqui acredita no que eu acredito também, que as palavras são mágicas e podem mudar o mundo, com doçura e gentileza. Só que acontece que para essa troca amigável ser significativa, a arte precisa ser compartilhada quando faz sentido falar sobre ela. Nos últimos dias que postei, estava me sentindo sobrecarregada, estagnada nas mesmas páginas de um livro que eu não conseguia passar, sentia que não tinha conteúdo nem motivação para escrever, ficava parada olhando para a tela em branco, escrevendo de maneira forçada.
Logo, minhas palavras não estavam sendo reais, compartilhadas com amor e alegria, o que sempre foi o intuito disso aqui, estava deixando de ser um hobby que me gerava prazer e começando a ser só mais uma obrigação. Então, conversando com a minha família, fui incentivada a tirar um período de férias, para que pudesse conhecer coisas novas, relaxar e me reconectar mais com essa nova versão de mim.
E foi a melhor coisa que poderia ter feito, foi difícil no começo, pautada no falso imaginário de que artistas não podem parar, como se isso fosse nos fazer perder a essência, senti como se estivesse falhando, mas aos poucos melhorei. Em cerca de duas semanas eu FINALMENTE consegui sair do bloqueio criativo!!!!!! Em quase todos os meus posts aqui eu reclamava que não estava mais conseguindo escrever poesia, há 7 meses, e eu voltei!!!!!!! Eu fiquei tão feliz, de verdade, quando eu escrevo, a vida faz mais sentido e eu consigo enxergar o mundo de maneira mais bonita, encontrando cada vez mais a primavera.
Além disso, viajei para o Nordeste e presenciei um pôr do Sol mágico, foi uma das coisas mais lindas que eu já vi na minha vida, foi absurdamente incrível, eu quase chorei, sério mesmo, e escrevi uma poesia sobre ele! Aqui vai uma foto e o texto:
quarta-feira, 6 de julho de 2022 | 16:31
ensaio sobre invernos que encontram o verão pelo olhar
mares cristalinos que suspiram boas vindas, cantam sussurros de espuma em antítese açucarada e dançam em tons de celeste dissolvido no titânio pelas ventanias de julho
sóis de aquarela incandescente que geram saudosismo, derretendo em amarelo dedilhado por laranja estrelar
areia macia encantada por rituais lunares com mosaicos de presentes marítimos de outras cidades, países, continentes, vidas e eras
entre caminhos escondidos pelas águas mágicas de amores bordados em azuis pegadas murmuram despedidas à apolo, por nuvens de seda que expandem em cor-de-rosa brilhante, harmônico e esvoaçante
então, presenciando o deitar-se íntimo da natureza, poetas se encontram sem fôlego, mas conseguem sua inspiração para, finalmente, respirar.
- C.L.M
Falando em Apolo, eu também paguei minha língua. Eu era uma pessoa pode-se dizer assim, meio…resistente. Dizia que odiava fantasia, sendo que só tinha lido os dois primeiros livros de Harry Potter, e ainda, tinha a cara de pau de dizer que Percy Jackson era ruim (SEM NEM TER LIDO), eu tinha certeza que ia ser chatinho, falava “se eu quiser ler sobre mitologia grega eu leio o livro de história” e só pra fazer birra e encher o saco de algumas amigas minhas, jurei no começo do ano que eu nunca ia ler :) Bem, eu li e agora sou doida por fantasias literárias e cotidianas.
Elas fizeram um plano mirabolante para me enganar, juro, foi um absurdo, uma delas fingiu estar escrevendo um livro e pediu minha opinião sobre o primeiro capítulo. Eu super me dediquei na leitura e AMEI, fiquei super curiosa para que ela me mandasse os próximos capítulos, mandei milhares de elogios, fiquei super intrigada mesmo. Acontece que esse capítulo era o primeiro de Percy Jackson, com os nomes trocados!!!!!!! E eu nem desconfiei de nada!!!!!!! Enfim, odiei ser enganada só que agora esses livros não saem da minha cabeça, eu LITERALMENTE SONHEI, umas cinco vezes com a história, é incrível e vem aí post falando sobre.
Também fiz várias coisas legais, fui em várias festas juninas, infelizmente, perdi muitos bingos junto com a minha amiga dos olhos viçosos e dancei na quadrilha da escola, fui na exposição do Tim Burton na Oca, vi o musical da Pequena Sereia no Teatro Santander, fiz brigadeiro pela primeira vez (sim, pela primeira vez), assisti um filme de terror (quase morri) e uma série sobre vampiros. E óbvio, também fui adolescente, me estressei com várias provas, fui em festinhas e tive experiências incríveis. Claro, jájá vou falar sobre tudo que for pertinente aqui.
Acho que no fundo eu aprendi que é impossível fazer tudo ao mesmo tempo, a gente sempre vai ter uma prioridade diferente em cada período e está tudo bem com isso. E, às vezes, tudo que a gente precisa é parar para respirar por um tempo que as coisas podem voltar a fazer sentido e a inspiração voltar.
Enfim, querido leitor, estou feliz por estar de volta e poder compartilhar essas experiências com vocês. Já aviso que os posts não vão ter mais dias fixos, mas farei o possível para publicar semanalmente. E devo te perguntar, o que você tem de novidades?
Obrigada por ter lido até aqui e até a próxima!
Por,
Carol Moreiras
sabe que vi um por do sol parecido com esse! mas não resultou em poesia!
ResponderExcluirEstou feliz com seu retorno Carol após suas merecidas férias e mais feliz ainda de saber que sua inspiração reacendeu nos agraciando com essa poesia incrível e essa foto sensacional!!! Porque eu faço noção do quanto escrever é importante pra você.
ResponderExcluirPoxa vida muitas novidades, também achei o plano das suas amigas mirabolante demais mesmo te enganar desse jeito com o primeiro capítulo do livro que depois você praticamente "engoliu" todos os volumes dele de tanto que gostou hahahahahaha
"E, às vezes, tudo que a gente precisa é parar para respirar por um tempo que as coisas podem voltar a fazer sentido e a inspiração voltar." Falou tudo nesse seu comentário final, isso é sempre muito importante para todos nós em vários sentidos.
Seja muito bem vinda de volta no lar da sua realidade paralela das palavras!!!
Seu retorno alegra não só a você mas, muita gente que esperava por ele, eu sou uma delas! A intimidade perdida se recupera quando há essa relação de troca, empatia, de compartilhar ideias ou até mesmo discordar delas... a intimidade se restaura quando as palavras tocam ao coração e isso você o faz sempre que leio o que escreve, pois sua escrita é carregada de alma e intensidade.
ResponderExcluirQue bom que você pôde viver coisas diferentes que te alegraram, nutriram e te fizeram reencontrar com o amor que você tem pelas palavras.
Que essa volta te traga leveza e sempre que precisar lembre-se que está tudo bem nos permitirmos dar uma pausa e recomeçar.
Bem vinda escritora. Como o descanso lhe fez bem. Que bom que recarregou a bateria.
ResponderExcluirQuando a gente vê entrevistas com autores a pergunta que não falta é: como vem a inspiração para escrever ? Não raro respondem que a inspiração representa só 10% e para concluir um texto, um livro é 90% de muito suor.
E quando, como no seu caso, escrever é oxigênio você tem se saído muito bem tanto em inspiração quanto no suor.
Parabéns.