Louise e o Castelo subterrâneo - Laís Napoli

 “Ora, Íris, tenha paciência. Você vai ter seu castelo, mas precisa entender que nada se conquista da noite para o dia. Requer tempo, resiliência e coragem.” - Página 46


Olá, querido leitor! <3 


Seja muito bem-vinde, eu sou a Caroline Moreiras, tenho dezessete anos e aqui neste blog falo sobre cultura, então pode pegar sua xícara, sentar-se confortavelmente e se preparar para tomar um chá cultural comigo! Você se considera uma pessoa ansiosa? Ama contos de fadas? Às vezes passa horas no instagram e se convence de que a vida de todos é melhor que a sua? Gosta de histórias que mesmo que tratem de assuntos importantes, tenham uma leveza? Por ser brasileiro, fica contente quando encontra um livro repleto de elementos nacionais e uma ambientação bem brasileira? Se a sua resposta para qualquer uma dessas perguntas é sim, esse livro é para você. 


Essa é a capa do livro (que acho belíssima)


Como estava disponível no Kindle Unlimited, decidi ler “Louise e o Castelo Subterrâneo”, escrito pela autora nacional Laís Napoli. Sobre ele, só tinha ouvido falar que tinha um pouco de realismo mágico, ou seja, a história se passa na realidade, mas mistura elementos de fantasia e ficção nela, assim fiquei interessada. Até então, só tinha lido “Kafka à Beira Mar” (se você ainda não leu minha análise sobre ele clique aqui) do gênero e apesar de ter achado uma viagem total, adorei o livro, logo ao saber que a história de Louise também era, fiquei animada para saber como seria. 

A proposta do livro é convidar para, através da protagonista, fazer uma viagem para sua própria história. Logo no começo o narrador nos diz que a história é de Louise, mas poderia ser sua, dele ou de qualquer outra pessoa e de acordo com a leitura, vamos percebendo que é isso mesmo. Adorei que há alguns capítulos chamados “Interlúdios”, nos quais o narrador conversa com o leitor, o fazendo pensar sobre o seu papel dentro daquela parte da história. 


“Chegamos ao início desta história - que como vê, não é um início. A verdade nua e crua é que histórias não têm inícios, apenas pontos que julgamos interessantes o suficiente para começar a narrá-las.” - Página 116


Louise está vivendo a famosa crise dos vinte anos, está vendo todos seus familiares e amigos com a vida encaminhada, empregos ótimos, casamentos perfeitos, tudo que ela queria ter, mas se sente incapaz. Quando sai com algum deles, a primeira coisa que encontra no lugar é a saída e vive totalmente alheia, sem escutar direito as conversas, pois o som das batidas no seu peito é mais alto; sempre com as mãos suadas, a respiração ofegante e a ansiedade subindo na garganta. Por outro lado, todos que olham para ela também enxergam apenas a vida perfeita: um namorado gentil, trabalho estável, coração bom que ajuda os animais e boas relações familiares. 

Irônico e real, não é? Quantas vezes todos nós, independente da idade, nos pegamos pensando que os outros estão sempre melhores. É isso que acontece com Louise, mas de uma maneira mais intensa, essa comparação constante e a sensação de vazio, desencadeiam nela crises de ansiedade. Deste modo, um dos principais tópicos do livro é a saúde mental e acredito que tenha sido desenvolvido de uma maneira simples e bela. A autora nos mostra que há vários fatores que ajudam a protagonista a aprender lidar com a ansiedade de uma maneira mais leve. Inclusive, é abordado o como a terapia é um tabu, algo que as pessoas têm medo de fazer e consideram desnecessário por conta do pensamento antiquado de que só “serve para gente louca”. A psicóloga de Louise é uma parte essencial desse processo, mas não é a única e aí entramos na minha parte favorita do livro: o como a literatura se torna uma ferramenta para a protagonista se encontrar.



Simplesmente esses são os livros similares no skoob, só tem livro bom, gente!!



Acredito fortemente na ideia de que muitas vezes, os livros te escolhem e não o contrário. Para mim, é impressionante como parece que magicamente alguma história que você escolhe aleatoriamente se torna a sua favorita e aparece exatamente no momento em que você precisava ler. Dessa mesma forma, Louise conhece a história de íris, uma garotinha da floresta que quer se tornar princesa e é linda a sua identificação, o como aprende e reflete com a história. Em partes, “Louise e o castelo Subterrâneo” é tipo um fan service para quem ama ler, pois nos vemos na protagonista usando a literatura como companhia e recurso para se acalmar, o que torna mais real ainda a proposta de tornar a história dela, a nossa. 

Então, esse livro apareceu para mim exatamente no momento em que eu precisava lê-lo e me tocou. A maneira que a autora abordou a ansiedade foi bela, mas ao mesmo tempo, não romantizada. Foi delicado, triste, leve e real, nos permitindo enxergar beleza até mesmo nos sentimentos que consideramos ruins, pois eles fazem parte da nossa história e são o que nos tornam pessoas únicas. Além disso, a escrita de Laís Napoli é maravilhosa, pois é simples, tornando a leitura fluída e fazendo com que, de certa forma, a história de Louise, mesmo que real, também se torne um conto de fadas.  


“Um bom livro sempre conforta e ajuda a alma das pessoas. Se um livro não te proporcionou isso, é porque talvez não seja o certo para você.”  - Página 43


Deste modo, também te convido a ser tocado por esse livro, querido leitor. Dê uma chance para essa história e veja como sua vida também pode se tornar um conto de fadas. Se precisa de um incentivo, tenho que te dizer que o final do livro foi sensacional e divertidíssimo, mas se quiser saber, vai ter que ler hein. 

Obrigada por ter lido até aqui e te espero no próximo post <3 


Por, 

Carol Moreiras


Comentários

  1. Que resenha delicada! Eu tô feliz demais que o livro conversou com você de forma tão bonita. Obrigada por ter lido ❤️

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sua escrita é linda, Laís! Fico contente que tenha gostado da minha ♥️

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas